Texto: Para começo de conversa (Prof° Viviane Maito)



23 de abril de 2014


PARA COMEÇO DE CONVERSA

O internamento ou tratamento de saúde em hospitais é uma situação, em que o escolar percebe a modificação de sua rotina, os dias já não são como eram, passam a conviver com pessoas estranhas, procedimentos nunca vistos, num ambiente hostil. Em relatos, estes escolares demonstram com clareza vários sentimentos negativos como, tristeza, medo, insegurança e no que toca a seus grupos sociais, um profundo sentimento de exclusão. Relatam ainda a falta que sentem de suas casas, seus pertences, seus colegas, amigos e de suas escolas, estas sensações são facilmente percebidas quando do contato com estes 
escolares. 

O sentimento de exclusão pode alterar significativamente o desenvolvimento global destes indivíduos. O fato de se encontrarem em um ambiente ameaçador, desconhecido, onde a dor e a doença estão presentes, a cama é diferente, as pessoas são estranhas, onde não podem ter a liberdade que se tem em casa, os torna vulneráveis quando os obriga a conviver com uma realidade totalmente diferente desconhecida e nova. 

Os profissionais da educação, neste contexto, contam com um ponto a favor, visto que quando entram em contato com estes escolares proporcionam a eles um momento de convívio com situações que os remetem a normalidade, ao conhecido, que é a rotina escolar, mesmo que adaptada, o escolar percebe e sente prazer em receber um professor em pleno ambiente hospitalar. 

As atividades escolares são relevantes para a recuperação destes escolares. Lembremos que a escola é um espaço no qual o escolar, além de aprender as habilidades escolares ainda desenvolve e estabelece relações sociais diversas, ficar excluída deste espaço dinâmico e rico em vivências pode ser deprimente para a criança e ainda trazer uma quebra de identidade. 

Diante do exposto, percebe-se então, a importância que a escola e sua dinâmica, têm na vida das crianças e adolescentes, e as consequências graves causadas na vida de qualquer estudante quando excluído deste convívio. 

A oportunidade de realizar atendimento pedagógico em ambiente hospitalar ou domiciliar faz surgir inevitavelmente os seguinte questionamentos; como eu profissional da educação devo realizar o planejamento e a avaliação deste escolar com características tão diversas dos escolares que frequentam as salas de aula regulares? Como devo me relacionar com a escola de origem, a equipe multiprofissional do hospital e a família do escolar? 
Profª Viviane Maito 

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