REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE PEDAGOGIA – ISSN: 1678-300X
Ano VI – Número 11 – Janeiro de 2008 – Periódicos Semestral
CLASSE HOSPITALAR E A PRÁTICA DA PEDAGOGIA
OLIVEIRA, Linda marques de
Acadêmica do curso de Pedagogia da ACEG/FAHU-Garça-SP
E-MAIL: linda_faculdade@yahoo.com.br
FILHO, Vanessa Cristiane de Souza
Acadêmico do curso de Pedagogia da ACEG/FAHU-Garça-SP
E-MAIL: vanessa_filho@hotmail.com.br
GONÇALVES, Adriana Garcia
Docente do Curso de Pedagogia da ACEG/ FAHU-Garça-SP
E-MAIL: adrigarcia33@yahoo.com.br
RESUMO:
O presente artigo discute sobre a classe hospitalar, que têm a finalidade de assegurar a continuidade dos conteúdos escolares à criança e adolescentes hospitalizados, possibilitando seu retorno à escola de origem sem prejuízo. A Pedagogia Hospitalar oferece assessoria ao atendimento emocional e cognitivo. Portando o atendimento educacional na classe hospitalar visa o atendimento pedagógico às crianças e jovens com necessidades imediatas.
Palavras-chaves: Classe hospitalar; Criança; Pedagogo.
ABSTRACT:
The present article argues on the hospital classroom, therefore it has the purpose to assure the hospitalized ccontinuidade of the pertaining to school contents to the child and adolescents, making possible its return to the school of origin without damage. The Hospital Pedagogia offers assessorship to the emotional and cognitivo attendance. Carrying the educational attendance in the hospital classroom it aims at children and young with immediate necessities.
KEYWORDS: Classroom hospital, Children, Teacher.
1 Introdução:
Neste trabalho abordaremos a classe hospitalar como modalidade de ensino em educação especial. A classe hospitalar não pode ser vista apenas como espaço de uma sala de aula, inserida no ambiente hospitalar, mas como um atendimento pedagógico especializado. Esse trabalho caracteriza-se pela diversificação de atividades, por ser uma classe multisseriada que atende à criança e adolescentes internados em enfermarias pediátricas ou em ambulatórios de especialidades.
A classe hospitalar tem a finalidade de recuperar a socialização da criança por um processo de inclusão, dando continuidade a sua aprendizagem. A inclusão social será o resultado do processo educativo e reeducativo. A escola é um fator externo à patologia, logo, é um vínculo que a criança mantém com seu mundo exterior. Se a escola deve ser promotora da saúde, o hospital pode ser mantenedor da escolarização. E escolarização indica criação de hábitos, respeito à rotina; fatores que estimulam a auto-estima e o desenvolvimento da criança e do adolescente (Fonseca, 1999).
Podendo desenvolver uma oportunidade de ligação com padrões da vida cotidiana, a classe hospitalar, garante um vínculo entre a criança e o ambiente escolar. É necessário que as atividades realizadas com essas crianças e adolescentes tenham começo, meio e fim e que o professor precisa estar ciente que cada dia se constrói com planejamento estruturado e flexível.
O ambiente da classe hospitalar necessita ser diferenciado, tem que ser acolhedor, com estimulações visuais, brinquedos, jogos, sendo assim um ambiente alegre e aconchegante. É através do brincar que as crianças e adolescentes internados encontram maneiras de viver a situação de doença, de forma criativa e positiva. Portanto, o trabalho em classe hospitalar faz com que há diminuição do risco de comprometimento mental, emocional e físico dos enfermos.
No entanto às atividades são coordenadas de forma a dar um suporte e continuidade ao trabalho escolar das crianças/adolescentes atendidos na classe hospitalar. Assim, o planejamento de tais atividades torna-se imprescindível com o objetivo de reintegrar as crianças/adolescentes à sua escola de origem, assim que obtenham alta do hospital.
2 Conteúdo.
2.1 A prática da pedagogia hospitalar:
A Pedagogia Hospitalar oferece assessoria ao desenvolvimento emocional e cognitivo da criança e adolescente hospitalizado. A prática da Pedagogia Hospitalar busca modificar situações e atitudes junto às crianças/adolescentes internados, envolvendo-os em ambiente de modalidades de intervenção e ação; com programas adaptados às capacidades e disponibilidades de cada interno.
Segundo Franco (2001), destaca sobre a formação capacidades do pedagogo, que neste momento histórico começam a ser quebrados antigos paradigmas sobre o perfil do pedagogo, e começa a surgir um novo pedagogo com uma nova práxis educativa a partir das novas perspectivas formativas que fornecem o enfrentamento corajoso do renascimento dessa profissão.
A relação entre o profissional pedagogo e da área de saúde, expressa a prática transdisciplinar. A prática do pedagogo poderá ocorrer nas unidades de internação, na ala de recreação do hospital.
É preciso que o professor conheça a realidade com o qual o aluno está apto a lidar, qual o desempenho que o aluno é capaz de apresentar ao realizar as atividades que o professor venha propor.
(...) abre-se, com este estudo, a necessidade de formular propostas e aprofundar conhecimento teóricos e metodológicos, visando em atingir o objetivo de dar continuidade aos processos de desenvolvimento psíquico e cognitivo das crianças e jovens hospitalizados (CECCIM, R. B. & Fonseca, 1999, p.117).
2.2 Escuta pedagógica à criança hospitalizada:
O atendimento educacional a jovens e crianças hospitalizadas está assegurada pela Declaração da Criança e Adolescente Hospitalizadas: o direito da criança “desfrutar de alguma recreação, programas de educação para a saúde e acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência no hospital”. (CNDCA, 1995)
Para se efetuar esse atendimento educacional foi criada a classe hospitalar, que deve enfatizar as necessidades imediatas dessa criança ou adolescente esse trabalhado pedagógico visa:
Impedir a interrupção do processo de aprendizagem da criança, para que futuramente esta possa ser reintegrada a sala de aula;
Contribuir para a educação da criança e lhe atribuir responsabilidades educacionais;
conscientizar o paciente, a professora e a família quanto a necessidade dos estudos após hospitalização nos casos possíveis.
Esses objetivos, entre outros, se relacionam não só com a aquisição de conhecimento formais e continuidade do estudo, mas também com o desenvolvimento cognitivo da criança hospitalizada.
O Brasil até o ano de 2001 dispunha de 60 classes hospitalares, o que representa um número muito pequeno em vista do número de hospitais estatuais e particulares existentes no país.
Segundo Ceccim e Carvalho (1997) à percepção de que mesmo doente a criança pode brincar, pode aprender, criar e principalmente continuar interagindo socialmente, muitas vezes ajuda na recuperação, assim a criança terá uma atitude mais ativa diante de vítima mediante a situação.
Desse modo podem-se destacar duas formas de acompanhamento pedagógico: a criança com internações eventuais e com internações recorrentes e/ou extensas.
Temos que levar em conta que o afeto no período de internação, que representa um momento delicado da vida é muito importante, mas temos de deixar bem claro que o professor tem que exercer o papel de professor não de mãe substituta, tia, psicóloga ou até mesmo uma recreacionista, mas cabe sim ao pedagogo uma escuta pedagógica que autoriza um sentimento de aprendizagem, processo, avanço, transposição do não sei, para o agora sei.
O trabalho pedagógico para muitas crianças que estão no hospital é uma oportunidade única de receber atendimento pedagógico, já que a maioria das classes iniciais de escolas públicas ou particulares não conta com professores com formação pedagógica adequada, facilitando assim a exclusão como é o caso de crianças autistas, deficientes mentais e outras situações.
3 Conclusão:
A criação de classes escolares em hospitais é resultado do reconhecimento formal de que crianças hospitalizadas, independentemente do período de permanência na instituição ou de outro fator qualquer, têm necessidades educativas e direitos de cidadania, onde se inclui a escolarização.
A legislação brasileira reconhece o direito de crianças e adolescentes hospitalizados ao atendimento pedagógico-educacional. A esse respeito, merece destaque a formulação da Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEESP, 1994; 1995). Essa propõe que a educação em hospital seja realizada através da organização de classes hospitalares, devendo-se assegurar oferta educacional, não só aos pequenos pacientes com transtornos do desenvolvimento, mas, também, às crianças e adolescentes em situações de risco, como é o caso da internação hospitalar (Fonseca, 1999).
A prática pedagógica nesse espaço exige dos profissionais envolvidos maior flexibilidade, Logo, a atuação na classe hospitalar requer compreensão para a peculiaridade do que em outras instituições, é necessário um planejamento para enfrentar esse desafio com temas geradores e percursos individualizados.
Referências Bibliográficas:
FRANCO, Maria Amélia Santoro. Para um currículo de formação de pedagogos: indicativos. In: Pimenta, Selma Garrido. (Org). Pedagogia e Peda, gogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2001.
CECCIM, R. B. & Fonseca, E. S. Atendimento pedagógico-educacional hospitalar: promoção do desenvolvimento psíquico e cognitivo da criança hospitalizada. In: Temas sobre Desenvolvimento, v.8, n.44, p. 117, 1999.
CECCIM, R. B. & CARVALHO, P. R. A. (Org.). Criança Hospitalizada. Editora da Universidade, RS, 1997.
MEC/SEESP (1994, 1995). Política nacional de Educação Especial. Educação Especial: um direito assegurado. livro 1. Brasília: Secretaria de Educação Especial.
CNDCA (1995). Resolução no 41, de 13 de outubro de 1995, Direitos da criança e adolescente hospitalizados.
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