São
Paulo, 22 de março de 2013.
Discussão clínica fonoaudiológica da fala e da fluência.
Na área da Pedagogia, temos a oportunidade de observarmos às crianças em suas relações interpessoais. Em casos de gagueira, acabamos associando esta disfunção à emoção. E muitas vezes, por ignorância, acabamos sendo preconceituosos.
Participar
deste Seminário fez-me compreender que a gagueira é um caso de saúde e que o
tratamento melhora a fluência e quase elimina os travamentos da fala. A
gagueira é o resultado de falhas no seqüenciamento da fala em regiões bem
definidas do hemisfério esquerdo do cérebro. A gagueira não tem cura e atinge
cerca de 1% da população, sendo 80% homens. Também podemos afirmar que
cientistas já provaram o envolvimento de genes no distúrbio da fala,
confirmando que a maioria dos pacientes gagos tem antepassados com as mesmas
características. Porém se tratada desde a infância, à fluência pode ficar muito
boa.
Atualmente,
a fonoaudiologia avançou em seus métodos, além dos exercícios realizados nas
terapias, existe o aparelho “SpeechEasy” (aparelho auditivo, digital, com um
leve atraso, efeito coro, que provoca melhora na inibição da fala). Sendo
assim, a fluência é como andar, dirigir, concentrar-se, fazer cálculos, ou
seja, é uma habilidade de domínio da linguagem. Requer tempo e depende de cada
pessoa.
A
disfluência acontece normalmente na fase de aquisição da linguagem (entre 3 e 4
anos), tem recuperação espontânea e tende a diminuir logo que a linguagem se
desenvolva. Por sua vez, a disfluência não se caracteriza como gagueira. Já a gagueira tem características semelhantes
à disfluência, porém, em casos de gagueira a criança já traz esta disfunção em
seu código genético, não tem recuperação espontânea e o quadro persiste,
desenvolvendo cada vez mais a gagueira, tornando-a crônica.
Desta
forma, diante essas informações, pode-se compreender a diferença entre a
disfluência infantil (comum na Pedagogia) e gagueira. Poderei então observar com maior precisão
como ocorre à fluência da fala da criança e quando houver necessidade poder
encaminhá-la para o tratamento adequado com o profissional específico.
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