A Importância do Brincar na Infância.
26 de junho de 2014
Artigo por Nagela Francisca do Carmo - quinta-feira, 17 de abril de 2014.
A Importância do Brincar na Infância.
“O brincar está presente em diferentes tempos e lugares e de acordo com o contexto histórico e social que a criança está inserida. A brincadeira é recriada com seu poder de imaginação e criação.” (SILVA; SANTOS, 2009, p.08).
Brincar é essencial na vida da criança, é na brincadeira que criança se apropria daquilo que percebe na realidade, pois quando a criança está brincando, ela aprende a lidar com complexas dificuldades da vida, por isso a ludicidade é de extrema importância no contexto educacional por contribuir no processo de aprendizagem do educando, como nos aponta Seber (1995, p. 53)
A criança se empenha durante o brincar da mesma maneira que se esforça para aprender a andar, a falar, a se desinibir, a comer. Esse esforço é tão intenso que, às vezes, ela fica concentrada na atividade e em escuta quando alguém a chama. Essa mobilização presente nas condutas, lúdicas, por si só, deveria servir-no como indicativo a respeito da importância que elas têm para as próprias crianças.
As atividades lúdicas é identificada como espaço privilegiado de emergência de novas formas de entendimento do real e que, por sua vez instaura espaços para o desenvolvimento de vários sentidos de quem brinca. Através da atividade lúdica a criança tem a possibilidade de vivenciar fantasias as quais, na maioria das vezes, está relacionada com seu cotidiano, assim o simples ato de brincar contribui com o seu desenvolvimento pessoal.
Almeida (1995, p. 41), ressalta que:
A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio.
A criança ao brincar se envolve muito com o mundo da representação e, a partir desse movimento ela passa a compreender melhor o meio em que vive e este contribui para o seu desenvolvimento como sujeito. Tal perspectiva possibilita à criança ter novas experiências, desenvolver capacidade de organização, compreensão, busca de soluções para seus problemas, além de relacionar-se, expressar-se de forma autônoma.
Segundo Cunha (2007, p. 23).
O pensamento da criança evolui a partir de suas ações, razão pela qual as atividades são tão importantes para o desenvolvimento do pensamento infantil. Mesmo que conheça determinados objetos ou que já tenha vivido determinadas situações, a compreensão das experiências fica mais clara quando as representa em seu faz-de-conta.
É através da brincadeira que à criança passa a expressar diferentes sentimentos, podendo melhorar as relações afetivas, cognitivas, psicomotoras e culturais e também contribui na construção do desenvolvimento corporal, na noção de espaço, tempo e lateralidade.
Para Carneiro e Dodge (2008), o brincar permite o exercício contínuo do aprender a conhecer, pois, brincando, a criança conhece o mundo nas múltiplas interações que estabelece com ele, uma vez que, para desenvolver-se, é necessário que ela se envolva em atividades físicas e mentais. Aprende, também, a relacionar as coisas e a ir além dos princípios gerais que as envolvem. Constrói conhecimentos e adquire novas informações.
No mundo atual o brincar acontece diferentemente do tempo dos nossos avós e pais, pois com as tecnologias vão surgindo novas formas de brincadeiras, como os jogos eletrônicos e as brincadeiras tradicionais como amarelinha, bandeirinha, cantigas de roda entre outras, caem no esquecimento ou são desconhecidas pelas crianças da atualidade, essa nova forma de brincar pode contribuir para falta de movimento que é necessário nesta fase, pois o ato de movimentar contribui com o desenvolvimento físico, psicomotor e social da criança.
Piaget (1975), aponta que a escola deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento. Para o autor, a atividade lúdica, tão importante para a saúde mental do ser humano, é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.
Conforme Oliveira (2006), para Piaget, o jogo é essencial na vida da criança, pois prevalece a assimilação. No jogo, a criança se apropria daquilo que percebe da realidade. Defende que o jogo não é determinante nas modificações das estruturas sociais, mas pode transformar a realidade de quem joga.
Segundo Rodrigues (2009, p.19)
O brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem. Ele envolve complexos processos de articulação entre o já dado e o novo, entre a experiência, a memória e a imaginação, entre a realidade e a fantasia, sendo marcado como uma forma particular de relação com o mundo, distanciando-se da realidade da vida comum, ainda que nela referenciada. A brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil, na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. O brincar não só requer muitas aprendizagens como também constitui um espaço de aprendizagem.
Neste sentido, o brincar permite à criança expressar diferentes sentimentos, podendo melhorar as relações afetivas, cognitivas, psicomotoras e culturais e também contribui na construção do desenvolvimento corporal, na noção de espaço, tempo e lateralidade. Por tais motivos, entendemos que as atividades lúdicas são recursos indispensáveis na educação infantil.
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