Relato de caso sobre "exclusão"



23 de outubro de 2013


Hoje fiquei simplesmente revoltada com a experiência que uma colega me relatou. A mesma está fazendo um curso de fatoração continuada. Na aula anterior do curso, foi solicitado que as professoras participantes, levassem para estudo, um desenho sobre a figura humana feito por algum aluno. Durante a análise dos desenhos, uma professora apresentou o desenho do seu aluno (o aluno o desenhou cabisbaixo, num canto, com as mãos para trás) e fez o seguinte comentário: " - Este aluno é bolsista na escola particular onde trabalho, é filho do vigilante."  E absurdamente a gestora do curso, fez a seguinte análise: "- Estão vendo, é por isso que eu digo, cada um tem que ficar no grupo, na classe social a qual pertence, este garoto sofrerá a vida toda, ele está no lugar errado, com pessoas erradas, ele nunca vai melhorar. E por favor oriente o pai a tirá-lo desta escola, ele tem que ir para uma escola pública que é o lugar dele, ele tem que conviver com pessoas do nível dele." E para completar o espetáculo de horrores, a professora ainda diz: "- E para piorar ele é moreninho!" E a gestora do curso mais uma vez fala: "- Moreninho ou negro?" "- Por isso é assim!" 
Nossa, vou respirar fundo......
Jamais imaginei que em pleno século XXI ainda existem burgueses tão arcaicos. Essas pessoas são as verdadeiras ingnorantes, porque estudam, escolheram a educação como profissão, defendem a inclusão e fazem esse tipo de leitura? Estou chocada, ofendida. Onde estamos? Que mundo é esse? Que pessoas são essas? Por favor me ajudem a divulgar! E para desafar, demonstrar a minha indignação fiz um poema, pensando no garoto sozinho: "Em que mundo vivo?" 

Num canto calado
Quieto e sozinho
Buscando abrigo
Amigos e carinho

Num mundo estranho 
Me sinto perdido
No caminho do saber
Por que estou escondido?

Tenho muito a aprender 
E a ensinar também 
Se barreiras derrubassem 
Saberiam o quão legal poderia ser...

Um mundo novo a descobrir
Cheio de cores e fantasias
Se o amor entrasse em cena
Seria só alegria

Direitos cegos
Valores esquecidos
Em que mundo vivo?
Em que mundo vivo? 









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